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Índios são treinados para atuar em combate a queimadas em MT, mas não recebem equipamentos.

  • Foto do escritor: Almeida
    Almeida
  • 26 de ago. de 2019
  • 3 min de leitura

Trator usado em combate está quebrado há meses e indígenas não receberam EPIs. Aldeia está sem recursos e conta com a ajuda de órgãos e entidades interessadas.


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Indígenas da etnia Bororo foram treinados para atuarem nas queimadas em Mato Grosso. No entanto, os índios não receberam equipamentos de proteção por falta de recursos. O curso foi oferecido na semana passada pelo Corpo de Bombeiros na aldeia Tadarimana em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.

A aldeia é a mesma que foi atingida por um incêndio que destruiu 60% da terra indígena no ano de 2017. Naquele ano, parte dos índios deixou a área por causa da destruição.


Jolimar Bapo vive na aldeia com a família e está preocupado caso ocorra algum incêndio. A aldeia fica longe da cidade e não conta com um veículo para ajudar no combate as queimadas.


Ele e outros 17 indígenas se inscreveram como brigadistas. O treinamento foi realizado pelos bombeiros em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Município e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Além das orientações, eles receberam equipamentos como abafadores e bombas de água. Os materiais são usados e seria necessário a compra de equipamentos novos.

Também foi inaugurada na aldeia central uma seção contra incêndios.


O tenente do Corpo de Bombeiros, Roberto Coelho, explicou que a aldeia não tem recursos e conta com a ajuda de órgãos, ONGs e entidades interessadas, como Prefeitura de Rondonópolis, Juizado Volante Ambiental (Juvam), Funai e outros.


“É a quarta oportunidade que os bombeiros têm de fazer o treinamento. A gente preocupa em reunir os índios e torná-los mais responsáveis. E esses índios estão no local e, em caso de incêndio, a chegada deles é bem mais rápida do que a gente”, comentou.


Atualmente 750 indígenas bororo vivem na reserva, que é composta por sete aldeias.

A principal preocupação é com a mata que envolve a reserva, já que são mais de 9,7 mil hectares e a vegetação está muito seca por causa do tempo. É um cenário bastante parecido com o de 2017, quando ocorreu aqui um dos maiores incêndios da história da aldeia.


Na época, os bombeiros demoraram mais de 30 horas para controlar o fogo.

“Estamos preocupados com o fogo na reserva. De uns 10 anos pra cá a gente está lutando para que não se repita igual”, disse Bosco Arquimedes, cacique da aldeia.


A dificuldade é grande. Faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e um trator para auxiliar no combate ao fogo. Segundo o tenente, um relatório foi enviado ao Ministério Público informando que no treinamento, apenas 30% da capacidade preventiva foi realizada.


“A gente espera que esses EPIs cheguem. Os índios estão fazendo a capacitação, mas não receberam o material necessário como calçado, camiseta com manga cumprida, boné, máscara e óculos. Nos preocupamos em um combate que alguém se machuque.

Os outros 70% dependem de mais estrutura e investimentos.

“Aqui na aldeia está sem o recurso principal, que é o trator que faz o aceiro preventivo e também que leva água. Esse trator está quebrado e com problemas”, completou o bombeiro.


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A coordenadora da Funai em Rondonópolis diz que aguarda investimentos e recursos.

“Estamos trabalhando com poucos recursos, não tá sendo fácil. Fazemos parceria com os órgãos, como bombeiros e Ibama. A gente desenvolve um trabalho mais ou menos”, declarou Ana Clara de Oliveira.


A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber sobre esse trator que tá parado, mas não obteve resposta.

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